Oração – Tefilah
Oração ( hebraico : תְּפִלָּה , tefillah [Tefila] ; plural hebraico : תְּפִלּוֹת ,tefilot [tefilot])
Nessa página estaremos compartilhando um pouco sobre a importância da oração em todo os momentos de nossas vidas.
Em nossa literatura temos alguns bons exemplos e explicações sobre oração.
Talmud Yerushalmi (tratado Berachot)
“Eu, porém, invocarei a D-us, e o Senhor me salvará.
De tarde e de manhã e ao meio-dia orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz.”
Salmos 55:16,17
De acordo com o Talmud, a oração é um mandamento bíblico e o Talmud Bavli mostra algumas razões pelas quais devemos orar entre elas a que nossos Patriarcas iniciaram esse costume.
“Então responderam ao rei, dizendo-lhe: Daniel, que é dos filhos dos cativos de Judá, não tem feito caso de ti, ó rei, nem do edito que assinaste, antes três vezes por dia faz a sua oração.”
Daniel 6:13
É comum percebermos que muitos de nós relutam em orar em razão das limitações de nossa perspectiva de entendermos o Eterno e, também, em relação às nossas expectativas de como o Eterno deveria agir em determinado caso. Devemos ter cuidado porque muitas vezes nossas motivações não são reais, mas fruto de uma avalanche de mensagens.
Frequentemente, incluímos uma descrição de nossos desejos e anseios que mais lembram uma lista de compras de supermercado. Depois, sentimo-nos rejeitados ou ignorados se as nossas orações não são atendidas, de preferência naquele mesmo dia. Uma de nossas expectativas de D-us é que ELE deveria nos satisfazer, concedendo-nos aquilo que queremos, quando queremos e como queremos. Muitas vezes vemos a oração como um meio de adquirir aquelas coisas ansiadas.
A oração deve ser mais do que um mero meio para conseguimos as coisas que desejamos. No entanto, ela pode ser muito mais do que isto somente se estivermos preparados a ser participantes ativos numa desafiadora missão. A missão começa com uma perspectiva de D-us de uma forma madura.
Imagina que você é uma criança de 3 anos e que você quer um pedaço de bolo. De fato, não se trata de apenas querer um pedaço de bolo, você quer comer o bolo inteiro! As suas considerações como uma criança de 3 anos: “Se eu quero bolo, eu tenho direito ao bolo e, assim, devo tê-lo”. Sob o enfoque da criancinha, a principal função dos pais é a de satisfazer os desejos da criança. Quando não o fazem, a criança sente-se furiosa.
Agora, imagine-se no lugar do pai daquela criança que quer o bolo. Acontece que você sabe que, se a criança comesse mais bolo, ela passaria mal, ou perderia o apetite para comer uma comida mais nutritiva pelo resto do dia. Sob a perspectiva do pai, como é que você se sentiria ao recusar o pedido da criança? Repare como é grande a diferença entre o sentimento da criança e o do pai ante a mesma situação!
Uma das diferenças fundamentais de como os adultos e as crianças veem o mundo é que as crianças filtram o mundo principalmente através de suas emoções, enquanto os adultos podem confiar mais em seus intelectos para melhor discernir suas experiências. A nossa perspectiva emocional em relação à D-us é, frequentemente, como a daquela criança que quer e a quem falta a percepção da totalidade da situação. Muitas vezes nos sentimos bravos com D-us por nos ter magoado, frustrado ou ignorado. Temos que entender que estes sentimentos são reações de nossas percepções de D-us e não da realidade de como o Eterno se porta conosco. Portanto, quando reagimos à negação de D´us em conceder-nos aquilo que queremos, devemos confiar que o Eterno quer o melhor para nós.
CONFIANÇA
A confiança entre duas pessoas é constituída, principalmente, de três maneiras:
– primeiramente, pelo desenvolvimento da história de um relacionamento. Se uma esposa encontrar em seu cônjuge uma pessoa que em geral é amável, carinhosa e querida ao longo de um período, ela aprenderá a confiar nele.
– Segundo, quanto mais um fizer pelo outro, mais o receptivo aprende a confiar no doador.
– Terceiro, a confiança é incrementada através da comunicação. Quanto mais duas pessoas compartilham de seus pensamentos e sentimentos interiores um com o outro, mais confiança é alcançada entre eles. Assim como estes três elementos criam e alimentam a confiança entre as pessoas, eles são, também, fatores de como aprendemos a confiar em D-us.
Ao iniciar o dia tendo um encontro com D-us através da oração, criamos uma base espiritual sobre a qual se baseia todo o nosso dia.
Preparamo-nos para a oração sabendo que D-us está diante de nós e que ELE está escutando as nossas orações. Para que as palavras sejam consideradas uma oração, deveríamos dedicar, ao menos, um mínimo de concentração e de consideração ao significado das palavras que proferimos ao Altíssimo D-us.
D-us criou-nos com a necessidade de orar para que tenhamos um meio pelo qual pudéssemos ter um relacionamento contínuo com ELE. Podemos bem observar isto na história de Adão e Eva no Jardim do Éden.
A oração tem dois propósitos essenciais: primeiro, ela serve como um meio pelo qual podemos fundamentar um relacionamento com D-us. O segundo propósito da oração é para que nos transformemos em pessoas mais desenvolvidas, tendo que pedir a D-us para que nossas necessidades físicas e materiais sejam atendidas, e através desse relacionamento…nosso caráter estará sendo transformado e nos tornaremos melhores pessoas.
O verbo orar em hebraico é “lehitpalel” – é reflexivo, e coloca na prática a pessoa, por definição, numa situação de introspeção, de auto julgamento, de reconhecimento das nossas necessidades. O homem se aproxima espiritualmente de D-us a medida que se corrige, reconhece também suas verdadeiras necessidades e está disposto, “be kavanáh shlemá”, de intenção absoluta, total, a melhorar, até seus pedidos serão feitos conforme a sua verdadeira necessidade com sabedoria.
A Torah nos ordena orar 2 vezes ao dia (Shemá – manhã e a noite). Devemos incluir D-us em nossas vidas diariamente e conscientes de que cada dia é uma dádiva com que D-us nos agracia.
Textos extraídos do livro “A Arte da Prece Judaica”, Rabino Ytzhak Kirshner, Editora Maayanot
Adaptado pelo rabino Wilson Chur Zayit Alves (shlomo)
As Bênçãos Anteriores e Posteriores
Existem 3 tipos de berachot:
Benção do Pão ou Pizza
Baruch Ata Adonai Eloheinu melech háolam, hamotzí lechem min haárets.
Bendito sejas Tú Eterno, nosso Elohim Rei do Universo, que fazes sair o pão da terra
Benção sobre bolo, torta, macarrão, biscoito..
בָּרוּךְ אַתָּה יהוה אֱלֹהֵינוּ מֶלֶךְ הָעוֹלָם, בוֹרֵא מִינֵי מְזוֹנוֹת
Baruch Ata Adonai Eloheinu melech háolam, borê mine mezonot.
Bendito sejas Tú Eterno, nosso Elohim Rei do Universo, que cria diversas espécies de alimento.
Benção sobre frutas, verduras e hortaliças que dão em árvore
בָּרוּךְ אַתָּה יהוה אֱלֹהֵינוּ מֶלֶךְ הָעוֹלָם, בּוֹרֵא פְּרִי הָעֵץ
Baruch Ata Adonai Eloheinu Melech Haolam, Borê pri Haets
Bendito és Tú Eterno nosso Eloheinu Rei do Universo, que criastes o fruto da árvore
Benção sobre frutas, verduras e hortaliças que dão na terra
incluir nessa benção (Banana, Palmito, Mamão)
בָּרוּךְ אַתָּה יהוה אֱלֹהֵינוּ מֶלֶךְ הָעוֹלָם, בּוֹרֵא פְּרִי הָאֲדָמָה
Baruch Ata Adonai, Eloheinu Melech Haolam, Borê pri Haadamah
Bendito és Tú Eterno nosso Eloheinu Rei do Universo, que criastes o fruto da terra
Benção sobre o vinho e suco de uva
Benção do Vinho
בָּרוּךְ אַתָּה יהוה אֱלֹהֵינוּ מֶלֶךְ הָעוֹלָם, בּוֹרֵא פְּרִי הַגָּפֶן
Baruch Ata Adonai, Eloheinu Mélech haolam, borê peri hagáfen.
Bendito sejas Tu, Eterno nosso Elohim Rei do Universo, que criaste o fruto da videira